Realizou cirurgia plástica?
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O que devo fazer no pós-operatório?
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Já tenho uma massagista para me fazer “Drenagem”... O Doutor falou que estou liberada para fazer “Drenagem”.
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Duvidas como estas citadas acima são muito comuns em um pós-operatório, mas lembre-se: “Cirurgia plástica é com médico cirurgião plástico, pós-operatório de cirurgia plástica é com Fisioterapeuta” .
PROCEDIMENTOS CIRÚRGICOS MAIS COMUNS
Implantes Mamários (Prótese de Mama):
O Implante de Mama refere-se a uma prótese utilizada para aumentar o tamanho e melhorar a forma das mamas em mulheres com seios muito pequenos ou insuficientemente desenvolvidos. Esta situação muitas vezes não é muito bem aceita pela paciente, que por vezes fica abalada psicologicamente, afetando com frequência sua feminilidade podendo gerar “complexos”.
Após a colocação do implante, a Fisioterapia possui um papel essencial na reabilitação do paciente, pois o mesmo chega ao consultório em uma postura antálgica (curvado cheio de medo e dor), utilizamos em um primeiro contato (3/4 dias de pós-operatório), técnicas que possibilitam uma maior liberdade de movimento, menos dor e a retomada de uma postura mais próxima do correto, é esclarecido para o paciente a respeito de movimentos com os braços, o que ele pode e não pode realizar no pós-operatório, proporcionando assim conforto e segurança.

Lipoaspiração:
A lipoaspiração é uma cirurgia plástica indicada para retirar o excesso de gordura localizada numa determinada área do corpo como barriga, coxas, flancos, costas ou braços, ajudando a melhorar o contorno do corpo.
Assim como nos implantes mamários, o paciente também comparece a Fisioterapia no 3/4 dia de pós-operatório apresentando muitas dores, desconfortos, edema, insegurança e uma postura completamente alterada (postura antálgica), o papel da Fisioterapia é de extrema importância, pois utilizaremos técnicas capazes de reestabelecer a biomecânica normal do paciente já em um primeiro contato, fazendo com que o paciente saia do atendimento mais confiante e seguro.

Abdominoplastia:
É um procedimento plástico realizado para retirar o excesso de pele, gordura localizada e recuperar a firmeza dos músculos da região abdominal. Esse procedimento também consegue remover as estrias localizadas na região, pois há a remoção de pele.
Bem, neste procedimento assim como nos anteriores, o paciente também chega com muitas dores e postura completamente alterada, mas neste caso temos um agravante, o paciente possui uma cicatriz, proveniente de um corte que foi realizado de uma espinha ilíaca ântero superior do osso ilíaco até a outra (ilustrar com foto). Ou seja, ao se colocar em uma posição mais “ereta”, o paciente tem a sensação de que a cicatriz vai se abrir, logo, como forma reflexa de proteção acaba se curvando novamente, e ao permanecer muito tempo curvado, este paciente aumenta muito a probabilidade de desenvolver fibrose (excesso de cicatrização no local operado, levando a uma aderência entre pele e fáscia, e fáscia e músculo) em seu abdômen.
Por estas questões citadas acima, o trabalho da Fisioterapia é fundamental, principalmente para fazer com que este paciente não se “curve” mais, assim devolvemos a confiança, maior conforto, e passamos orientações corretas para seguir daquele momento em diante.

TÉCNICAS MAIS UTILIZADAS PARA REABILITAR UM PACIENTE SUBMETIDO A UMA CIRURGIA PLÁSTICA
Técnica de Drenagem Linfática Manual:
Muito utilizada no pós-operatório, principalmente nos primeiros atendimentos;
Esta técnica tem por objetivo direcionar o líquido intersticial (líquido que fica entre as células e faz com que o paciente fique edemaciado/ inchado), a atuação dela se destina única e exclusivamente ao edema/ inchaço.

Ventosaterapia:
Como já havia comentado mais acima, assim que o edema/ inchaço começa a ser absorvido, começam a se evidenciar outras questões muito importantes a serem trabalhadas, uma delas é a Fibrose. A Fibrose faz parte da cicatrização, o organismo “agredido” reage, e manda muitos Fibroblastos para o local operado, estes Fibroblastos dão origem ao colágeno, ficando assim um emaranhado de fibras de cicatrização no local, estas fibras de cicatrização precisam ganhar flexibilidade, maleabilidade para que não comprometam o resultado estético do procedimento, sendo assim, a técnica de ventosaterapia possui um papel fundamental, pois ao realizar um vácuo no tecido, proporciona a circulação de líquidos entre as camadas, a vasodilatação reflexa a vasoconstrição primária, faz com que os tecidos se nutram mais, se oxigenem melhor dando assim a flexibilidade e maleabilidade esperada.

Endermologia:
Indo ao encontro da Ventosoterapia, esta técnica possui um efeito muito semelhante ao da técnica anterior, porem mais utilizada, quando o tecido apresenta além da Fibrose, assimetrias teciduais muito visíveis.
Com uma ampola de vidro, ligada a um compressor, efetuamos o vácuo associado ao deslizamento tecidual na região afetada.

Tração Tecidual:
Técnica muito utilizada para tratar Fibrose, realiza-se uma tração no tecido em questão com o objetivo de atingir a fase “plástica” da fibra de cicatrização, ou seja, realiza-se uma tração por longo período de tempo, de forma gradual e mantida, cuidando ao máximo para que não se estimule a chegada de mais Fibroblastos ao local. O objetivo final é o mesmo das demais técnicas utilizadas para tratar Fibrose, conseguir flexibilizar e maleabilizar o tecido em questão.

Mobilização Tecidual:
Mesmo intuito das demais técnicas utilizadas para tratar a Fibrose, mobilizamos o tecido envolvido buscando a “quebra” da Fibrose.

Pompage:
Técnica francesa muito utilizada para promover o deslizamento da pele sobre a fáscia e da fáscia sobre o músculo, o objetivo principal desta manobra é harmonizar a circulação de líquidos locais facilitando a absorção dos mesmos, automaticamente as restrições mio-fasciais muito comuns de um pós-operatório são desfeitas.

Liberação Diafragmática:
Este é um dos principais músculos do corpo, principal responsável de nossa respiração, controla a expansibilidade torácica, a troca de líquidos do meio inferior do tórax para parte superior, os nossos órgãos para conseguirem se movimentar bem uns sobre os outros, dependem de uma boa movimentação do diafragma, para que a musculatura respiratória acessória não seja sobrecarregada, precisamos que o diafragma esteja “solto” para exercer suas funções, sendo assim, este musculo possui papel fundamental quando o assunto é cirurgia plástica, e muitas vezes, fica completamente esquecido para os profissionais que trabalham na área.

PERGUNTAS FREQUENTES
Tire suas dúvidas e faça o teste se necessário
Com quantos dias posso começar minhas “Drenagens”/ “Massagens”?
Como já explicado anteriormente, a Técnica de Drenagem Linfática Manual faz parte de um apanhado de técnicas que juntas possuem o objetivo de viabilizar a boa cicatrização dos tecidos, logo, os pacientes devem começar a sua reabilitação Fisioterapêutica o mais precoce possível, pois quaisquer situações adversas que venham a acontecer, ficam mais fáceis de serem contornadas, e trabalhadas na fase proliferativa da cicatrização tecidual (3/4 dias de pós-operatório até mais ou menos 30 dias de pós-operatório).
Quantas sessões eu vou precisar?
Esta resposta o Fisioterapeuta e paciente vão ter lá pelo sétimo atendimento, pois somente na terceira semana de pós-operatório é que as Fibroses se evidenciam, e elas são o fator determinante em precisar um pouco mais de atendimentos ou não.
Acho que vou estar tão dolorida que não vou deixar ser tocada!!!
Frequentemente os pacientes acreditam que não poderão ser tocados. Justamente o contrário, com as técnicas biomecânicas, teciduais, conseguimos proporcionar ao paciente um conforto, uma segurança maior, e menos dores teciduais, pelo fato de que o toque dessensibiliza os tecidos, gerando uma analgesia real.
Tenho que usar a malha mais apertada para ter melhor resultado?
A malha deve ser utilizada apertada, porem não em excesso, o aperto de forma excessiva faz com que o organismo estimule mais Fibroblastos do que o necessário para cicatrização tecidual, levando assim ao aparecimento de Fibroses desnecessárias.
Posso realizar “Drenagem” junto com a Fisioterapia?
Nunca aconselho o paciente a misturar tratamentos, precisamos ter o controle total do que esta sendo realizado no paciente em um pós-operatório, pois isso possibilita melhores tomadas de decisões caso tenhamos que modificar algumas condutas, sedo assim, um profissional não poderá se responsabilizar pelo trabalho que está sendo realizado por outro.
Estou ficando muito “marcada”, o que posso fazer?
Muitas vezes alguns “vincos” podem aparecer no abdômen ou nos flancos, estes podem estar relacionados a malha (tamanho/ pressão), ou até mesmo a estrutura anatômica estrutural do paciente. Estes “vincos” assim que detectados podem ser contornados com posturas corretas, pressão e tamanho correto de malha, e também com “placas” duras que são colocadas embaixo da malha tanto no abdômen quanto nos flancos.
Fico “Tonta” quando tiro a malha, por vezes desmaio!!!
Bem, ao retirar a malha acontece com frequência uma troca de pressão interna, esta troca de pressão pode levar ao desmaio. Se o paciente percebeu que a tontura acontece com frequência, procure ter alguém por perto ao retirar a malha, procure colocar um banco no banheiro e tomar banho sentada, tome alguns cuidados para evitar um acidente.
Fico muito cansada para realizar mínimos esforços!!!
Em um pós-operatório o paciente possui uma concentração maior de sangue nos locais que foram operados, logo, o aporte sanguíneo fica deficitário para as periferias, sendo assim acontece um desgaste energético muito maior até mesmo para realizar as tarefas mais simples.
